" (...) É por isso que me sento agora aqui, e aguento o gelo que me congela os movimentos da mão. Tenho-a como se fosse pedra, dura. Vermelha e dorida do frio e a letra não me sai na perfeição. Não faz mal. Na verdade, escrever para ti é o mesmo que escrever para ninguém. Não faz diferença.
Dei hoje - espero que só hoje - lugar ás saudades e guardei a raiva e mágoa de lado. Sinto o coração mole, triste. E triste não é bom. Não é bom porque abranda. A raiva acelera-mo. E enquanto ele bte desenfreado no peito, eu sinto-me mais ou menos viva.
Dei lugar á saudade só para te dizer que tenho saudades tuas. Tenho tantas. Mais do que devia ter, mais do que queria ter.
Tenho vontade de ouvir a tua voz embriagada, suave e linda. Tenho vontade de te dizer Amo-te e ouvir o telemovel tocar com a tua resposta. E de manhã, tenho saudades de acordar com as tuas mensagens tão cedo. E de voltar a adormecer com um sorriso nos lábios. Como não te posso enviar um Boa noite que seja, refugio-me nos livros. Dizem que quem lê antes de dormir, nunca adormece sozinho.
Sinto falta da tua presença, das tuas mãos gretadas e do teu abraçar forte. De dormir a teu lado, contigo, em ti. Do teu rir. É o teu rir que me faz falta. Do teu jeito de usares oculos de sol dentro de casa para tentares disfarçar o inchaço dos teus olhos, claros como os meus. Do teu cabelo duro do gel, dos banhos de agua a ferver que quase me arrancavam a pele. Do teu cheiro a Sedução, do teu perfume, body spray e fumo de tabaco. O teu jeito cigano, cheio de pó e tão sexy. A tua voz. Ás vezes recordo-a pela gravação da nossa noite na pedra. Não quero esquecer a tua voz. Se tivesse de dar um nome á melodia da minha vida, seria o teu.
Podia continuar e escrever muito sobre ti mas cada palavra é facada mais funda na ferida que ocupa o espaço onde habitava o meu coração, e chega de auto mutilações, por agora.
Não sei nada de ti e é isso que me atormenta. Ainda me preocupo. Mas não me culpo! Desta vez sei que não posso arranjar argumentos para te dar a benção da desculpa, e só Eu sei o quanto isso custa. Prefiro fingir que te odeio do que dar o perdão. Não, desta vez mereço Melhor, Mais. Menos palavras. Mais atitudes. Era assim que sempre deveria ter sido.
Escolhes-te o teu caminho. Obrigaste-me a queimar todos os sonhos e projectos para ficar sem nada. Para ficar sem rumo. Sem futuro aparente. Sabes o quanto doi e o quanto custa? O que eu planeei em anos, tu roubaste-me em segundos. Sabes o que é ficares sem chão? Veres os teus sonhos serem despedaçados sem te darem sequer hipotese de argumentares? Não sabes!
Sabes o que significa a palavra Vazio? Pois eu sei-o agora. Sei isso tudo e mais algumas coisas. Sei o que é ser obrigada a seguir uma estrada que rejeito a cad dia que passa, a caminhar nela sem vontade. Porque é que me fizes-te isto, eu não sei se sei. Não acredito mais nas tuas palavras. Nem sei se sabias sequer o significado da palavra Amor quando a usavas dirigida a mim.
Espero que a tua vida esteja a ser um mar de rosas. Sinceramente. Um dia tu vais-te lembrar de mim. Nem que seja por um segundo remoto.
Eu vou-me sempre lembrar de ti, a cada dia, a cada noite, cada Lua. E vou sempre amar-te da mesma maneira, embora me tente sempre convencer que não!
Se era para ser assim, mais valia nunca ter conhecido o significado de "Amo-te".

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